O jogo tem muitos defeitos, ele sim entrega um cenário interessante e uma história deveras controversa, além de um toque clichê que nos remete a jogos antigos. Mas como vocês vão ver, ele pecou em pontos cruciais que merecem ser ressaltados. Como um amante do gênero terror, tanto nos games como nos filmes, posso dizer que The Callisto Protocol tentou ao máximo utilizar elementos jumpscare para que o jogo entrasse na categoria, mas não houve muitas ocasiões nas quais realmente me assustei, e isso se deve muito à jogabilidade, que será comentada ao decorrer da análise.
Prisão de Ferro Negro
O jogo é protagonizado pelo personagem Jacob Lee, um piloto freelancer. De início, somos jogados para essa prisão intitulada Prisão de Ferro Negro. Ela foi feita para crimes espaciais e, no decorrer do game, muitos mistérios e loucuras serão desvendados. O protagonista chega para transportar alguns suprimentos para a prisão lunar, mas é obviamente interceptado e os problemas começam a surgir para o protagonista, que, mais para frente, foi sentindo um certo arrependimento de ter aceitado esse trabalho de freelancer. A lua em si, de onde passamos o jogo inteiro tentando fugir, é um local bem ambientado; a equipe de direção de arte conseguiu com maestria nos inserir em um mundo novo e bem horripilante e que com toda certeza fez com que a imersão nesse mundo fosse em poucos momentos assustadora. Uma nota aqui é a parte do esgoto em si, deixo os meus parabéns para os envolvidos, uma bela fase do jogo que em muitas vezes me fez ficar em pé e tenso para conseguir passar. Mas nem tudo são flores, o mapa é realmente muito bem elaborado, mas eu senti muita falta de indicadores mais visíveis para conseguirmos dar continuidade na gameplay; faltou mais transparência, muitas das vezes me vi perdido, algo que dificultou a fluência. Mesmo tendo a parte do esgoto, as outras partes do cenário eram praticamente iguais, então você se via muitas vezes com a impressão de estar no mesmo lugar o tempo inteiro.
A pior parte do game…
E aqui que começam os problemas de The Callisto Procotol, o game foi muito criticado principalmente para jogadores dos consoles, já que a performance do game para muita gente não foi bem polida a tempo. Vimos isso acontecer não muito tempo atrás com o game Cyberpunk 2077, jogo que antes mesmo de lançar por muitos foi colocado em um pedestal, mas que na hora da sua entrega foi uma decepção, algo parecido acontece com The Callisto Protocol. Os gráficos do jogo são bonitos e claramente da nova geração, mas muitas das vezes esses gráficos tinham alguns problemas, principalmente quando havia alguma explosão ou reflexo do personagem, o que demonstra uma certa pressa no lançamento e uma falta de polimento correto. As chamas claramente tem uma baixa resolução e isso dá a impressão de que nem todas as partes do jogo foram cuidadas com o mesmo empenho. A jogabilidade foi o ponto em que o game mais pecou, já que ela é travada, o que é característica dos antigos Dead Space, mas para um jogo da atualidade era esperado uma melhora, e não foi o que foi apresentado, principalmente na esquiva da personagem que muitas vezes não funcionava corretamente e a troca de armas que atrapalhava e que fazia você ser morto por conta da animação ser bem lenta, parte importantíssima em todo jogo e não foi muito bem desenvolvida.
A história que quase vingou…
A história é o que faz o jogo ser um jogo mediano para mim, mesmo faltando muita explicação, é sim, uma história que tem um potencial de desenvolvimento muito bom, espero que os produtores e roteiristas deem o respeito que esse jogo merece, achei válida a forma como eles contaram a história, através de áudios e poucos flashbacks(era para ter muito mais) é uma tática que poderia ter sido melhor explorada, onde muita gente poderia ter perdido muito da história por simplesmente pular os áudios e também por problemas que o jogo oferece, onde muitas vezes o áudio dos personagens secundários simplesmente não reproduziam. Os personagens como sempre carregam a história de qualquer jogo, temos o fiel escudeiro Elias Porter, um presidiário que ajuda e muito a jornada do nosso protagonista Jacob Lee(Josh Duhamel). também temos a presença do vilão da história o Capitão Leon Ferris(Sam Witwer) e uma das atrizes que fez The boys que interpreta Dani Nakamura(Karen Fukuhara) que é uma detenta misteriosa que tem uma grande relevância para a trama. Personagens que tiveram maior destaque na história mencionando aqui a presença do diretor da prisão e também da doutora que estava por trás dos experimentos que foram personagens secundários na trama. Por se tratar de um jogo independente sem história prévia, muita coisa não foi explicada, o que pode afastar muitos amantes de histórias profundas nos games. Senti falta de emoção em determinados momentos da gameplay, poderiam ter explorado melhor a trilha sonora em certas ocasiões e também a expressão das personagens em si. No geral, a história foi jogada em nossas faces e para mim não foi muito bem desenvolvida e era preciso um pouco mais de flashbacks para que o jogador pudesse entender melhor os acontecimentos anteriores, mas que deixa brecha para uma continuação do game.
The Callisto Protocol vale a pena?
Mesmo cheio de problemas com essa análise de The Callisto Protocol, chego a conclusão de que é um jogo de terror dos moldes antigos, sendo ela, travada, e que em alguns pontos da experiência trouxe aquela nostalgia de jogos antigos, o que nem sempre é algo positivo para um jogo ou qualquer mídia que se rende a nostalgia. O jogo merecia mais polimento e uma melhor escrita no roteiro. Para quem gosta de jogos de tiro e com elementos de combate com armas brancas pode se divertir com o game.
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