Ao mesmo tempo em que mostra uma nova roupagem em relação ao primeiro modelo, o K12 Max também mantém as mesmas escolhas, duvidosas em 2019, visto que os concorrentes já apostam em soluções melhores, como USB-C e carregamento rápido. Recebemos o K12 Max da LG para testes e, depois de duas semanas, você confere se o novo smartphone da LG justifica o update se você já tiver um K12+. Ele tem potência para competir com os intermediários da linha Galaxy A 2019?
Construção robusta, design elegante
A primeira grande diferença do K12 Max em relação ao K12+ é o design. No comecinho deste ano, a LG anunciou o K12+ com uma aparência que já não era vista na maioria dos smartphones, possuindo bordas significativamente maiores e um aspecto pouco moderno. O K12 Max chega corrigindo esse problema, trazendo um design sem bordas e o notch em gota – semelhante aos modelos da linha Galaxy A 2019 e o Huawei P30 Pro. Apesar de ser construído todo em plástico, o K12 Max é mais moderno e traz uma roupagem mais atual à linha. A versão em azul, que usamos nos testes, tem um efeito brilhante que chama bastante atenção, diferente do azul fosco presente no K12+. Nas laterais, segue o mesmo posicionamento de botões e slots, algo que já havíamos mencionado no review do irmão mais velho, que quebra um pouco da elegância do smartphone. Ou seja, são botões de volume, botão dedicado ao Google Assistente, gaveta de chip e gaveta para cartão de memória, todos em uma única lateral. Na parte inferior, há um microfone para cancelamento de ruído, uma entrada Micro USB 2.0, uma entrada de 3.5mm para fones de ouvido e um alto-falante mono. Não faz muito sentido a escolha da LG em não incluir, no segundo semestre de 2019, uma entrada USB-C no K12 Max, visto que os modelos das linha Galaxy A 2019 e Galaxy M já possuem a nova versão. A LG manteve a resistência militar MIL-STD 810G, padrões desenvolvidos pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos capazes de certificar aparelhos de telecomunicações. Isso significa que, assim como o K12+, o K12 Max passou por um rigoroso teste de durabilidade, sendo submetido à temperaturas extremas e choque, para aguentar mais do que outros modelos à adversidades externas. Um alerta: é sempre bom lembrar que essa certificação não o torna inquebrável ou à prova d’água; ele apenas aguenta mais pancadas do que outros modelos da concorrência – mas não traz nenhuma certificação contra água ou poeira.
Display infinito – de verdade!
Graças ao novo design do K12 Max, a LG pôde colocar um display infinito que realmente dê a sensação de estar usando um smartphone todo tela. Apesar de ainda possui bordas visivelmente maiores em relação à concorrentes como o Galaxy M20 e Galaxy A30, a tela de 6,26 polegadas FullVision com resolução HD+ é bastante agradável aos olhos. A tecnologia IPS LCD não reproduz pretos tão profundos quanto um AMOLED, mas o brilho até que é alto e as cores são bem definidas, mesmo que sem muito contraste.
Processador com inteligência artificial
Tudo o que foi dito no review do K12+ se repete aqui. A LG optou por manter o mesmo conjunto de hardware no K12 Max, o que o coloca no segmento intermediário de entrada. O processador é o Helio P22 de oito núcleos rodando a até 2.0GHz, da MediaTek, 3GB de memória RAM e 32GB de armazenamento – a versão de 64GB foi deixada para o K12 Prime. Apesar de trazer armazenamento inferior, é possível colocar um cartão de memória de até 2TB – como se fosse necessário. O chipset intermediário da MediaTek se destaca, sobretudo, pelos recursos de inteligência artificial e melhor conectividade, e isso permitiu à LG introduzir a tecnologia para o público mais acessível – o K12+, por exemplo, pode ser encontrado por cerca de R$ 700. A IA atua em diversos setores do smartphone, principalmente nas câmeras, mas também ajuda no gerenciamento da bateria e no desempenho em jogos. Entretanto, não espere um desempenho satisfatório em games mais pesados por conta da GPU IMG PowerVR GE8320 de 650 MHz. Tentamos rodar jogos como Asphault 9, PUBG Mobile e Modern Combat 5, e todos tiveram desempenho baixíssimo mesmo nas configurações mais básicas, apresentando taxa de frames abaixo dos 20fps na maioria do tempo. A GPU não lida muito bem com muitos gráficos da tela, porém jogos mais leves como Free Fire (preset médio para baixo), Yu-Gi-Oh! Duel Links, Subway Surfers e Candy Crush, rodam na média entre 25 a 30fps. Apesar da deficiência em games, os 3 GB de RAM lidam muito bem com redes sociais e transições de aplicativos. WhatsApp, Instagram, Google Chrome, Facebook, Apps de edição e serviços de streaming são muito bem executados e as transições são bastante fluidas. Para o user casual, que joga algo aqui e ali, navega nas redes sociais e tira algumas fotos, o conjunto não vai decepcionar.
Dobrou a câmera, dobrou a qualidade
A LG colocou duas câmeras na traseira do K12 Max, sendo a principal de 13MP com abertura de f/2.0 e a segunda com apenas 2MP e abertura de f/2.4, focada em profundidade. Apesar de menor resolução comparado ao K12+, as fotos registradas com o K12 Max são superiores, mostrando um ótimo balanço de exposição e fidelidade nas cores. Em boas condições de luz, o segundo sensor produz um surpreendente efeito desfocado. Quando a noite cai, o desempenho deixa um pouco a desejar, principalmente nas gravações de vídeo, mas no geral traz bons resultados. A inteligência artificial nas câmeras atua de forma a melhorar algumas configurações dependendo do cenário ou objeto. Por exemplo, se você estiver fotografando um lanche, a IA vai entender que se trata de comida e vai realçar as cores. Há mais de 10 modos, incluindo pessoas, pôr do sol, objetos, animais, paisagens. A câmera frontal de 13MP consegue reproduzir fotos com efeito desfocado via software com qualidade surpreendente, apesar de pecar um pouco na definição das cores em ambientes mais iluminados – e nem preciso comentar quando a iluminação fica mais desafiadora.
Autonomia segue surpreendente
Entre todas as semelhanças e configurações em comum, o “Max” do novo modelo se justifica na bateria. Já havíamos elogiado – e muito – a autonomia de bateria do K12+, e no K12 Max os elogios se repetem. Os 3.500mAh, apesar de não parecerem muito em números, seguram o smartphone por mais de um dia inteiro de uso com sobra. Muito desse resultado se deve ao processador econômico da MediaTek, que não esquenta mesmo quando está trabalhando mais do que deveria. Nos nossos testes rotineiros simulando um “dia de trabalho”, saí de casa às 7h da manhã com 4G ativo, Spotify rodando no fundo durante 3 horas, redes sociais frequentemente, alguns jogos casuais e alguns cliques aqui e ali. Às 19h da noite, o K12 Max ainda estava com cerca de 40% de carga. O que mais decepcionou no quesito bateria é o seu carregamento, que não possui suporte ao Quick Charging e demora pouco mais de 2 horas para ser completamente carregado. Em 2019, com a correria do dia a dia, quanto menos tempo fora da tomada melhor, e realmente fez falta algum suporte à tecnologia.
Som surround 3D e extras
Na época, um dos focos da LG na divulgação do K12+ foi no seu som, e no K12 Max não foi diferente. O smartphone chega com a mesma tecnologia de Som Sorround DTS:X 3D, exclusiva da empresa, de 7.1 canais, que oferece uma experiência sonora de cinema e imersão em 360°, mesmo com fones de ouvido mais simples. Os fones de ouvido que vem na caixa do produto são os mesmos do K12+, que parecem frágeis e de qualidade duvidosa – não são intra-auriculares e tampouco acompanham borrachinhas de proteção. Entretanto, a qualidade até que surpreende, com uma potência alta e graves satisfatórios. Outros fones mais simples também são melhorados no smartphone, e pode até arriscar uma equalização no áudio para otimizar ainda mais a experiência – a LG colocou mais opções de equalização do que o padrão. Já o botão dedicado ao Google Assistente permanece sendo uma opção muito bem-vinda para fazer pesquisas e acionar alguns recursos do aparelho. Não há extra que ela pode fazer em relação ao K12+, porém continua sendo tão funcional quanto. O leitor de digitais também continua bem preciso, até um pouco melhor se comparado ao modelo mais antigo. Não é tão rápido quanto outros sensores, mas é bem responsivo.
Android 9.0 Pie de fábrica
O K12 Max já vem de fábrica com o Android 9.0 Pie, e possui uma interface modificada bem diferente das antigas interfaces da LG. Os ícones estão mais clean, as transições estão mais suaves e o tempo de resposta está melhorado. Além disso, o smartphone traz alguns recursos interessantes que aproveitam o aproveitamento da tela, como esconder os botões de navegação, Modo de Operação com uma mão e a opção de modificar a área perto do notch.
Considerações finais
A sensação final que dá é que o K12 Max foi lançado para “trocar de corpo” com o K12+, que mesmo sendo elogiado, foi lançado com um design totalmente ultrapassado em 2019. Entretanto, em termos de performance, o smartphone não traz nenhuma melhoria significativa que valha a pena fazer o upgrade, a não ser que estética seja um diferencial para você. O K12 Max repete o bom resultado em bateria, som, tela, construção e desempenho, em uma roupagem mais atualizada e que consegue bater de frente com seus maiores concorrentes. Podendo ser encontrado no varejo na faixa dos R$ 1 mil, o smartphone da LG é uma das melhores opções no segmento intermediário de entrada disponíveis no Brasil. Se você curte modelos da LG e não quer ou não pode investir muito em um smartphone, o K12 Max pode ser a sua escolha.