Participando do evento, temos Carlos Souza Jr., Pesquisador Associado do Imazon, Tânia Cosentino, Presidente da Microsoft Brasil, Hugo Barreto, Diretor de Investimento e Desenvolvimento Social da Vale e Rodrigo Kede Lima, Presidente na Microsoft América Latina.
As parcerias: Vale, Microsoft e o Imazon
Quem iniciou e mediou o evento foi a anfitriã e Líder de Filantropia na Microsoft Brasil, Lucia Rodrigues. Já dando o mote de toda iniciativa envolvendo a PrevisIA, ela comentou: “Prevenir é melhor do que remediar”. Em seguida, passou a palavra para Rodrigo Kede Lima, que teceu comentários enfatizando o comprometimento da empresa com o plano Microsoft Mais Brasil, além de lembrar de iniciativas anteriores. Logo após, falou Tânia Cosentino, reforçando os planos da empresa em relação às estratégias de conservação, tanto da Floresta Amazônica quanto em relação ao aquecimento global como um todo. A presidente deixou uma frase importante em meio à sua fala: “Não existe empresa saudável em um planeta doente”. Ela também comentou que o PrevisIA faz parte da iniciativa “Inteligência Artificial para o bem“, também da Microsoft. Em seguida, a palavra foi dada a Hugo Barreto, que mostrou alguns dados da Vale em relação à necessidade de preservação da Floresta Amazônica e meio ambiente de forma geral e ao comprometimento da empresa com estratégias de conservação e mitigação do aquecimento global, por exemplo. Em relação à Amazônia, Hugo lembra que a Vale desenvolveu o SAD, Sistema de Alertas de Desmatamento, em conjunto com o Imazon. O diretor lembra que a Vale protege mais de um milhão de hectares de floresta no mundo — que estocam cerca de 600 milhões de toneladas de carbono — dos quais 800 mil ficam apenas na Amazônia. Isso é grande parte da iniciativa Vale Carbono Neutra, e ele frisa que “Floresta em Pé” é fundamental para essa estratégia, já que as florestas são um componente fundamental para a contenção do aquecimento global, além de representar um importante vetor de desenvolvimento. O Instituto Tecnológico da Vale, além do Fundo Vale a Fundação Vale trabalham em conjunto nesse sentido, tanto em estudos da área como em estratégias de preservação e de saúde, educação e geração de renda. Trabalhando por meio de parcerias, a empresa colabora com o Imazon, aportando até R$ 6 milhões entre 2010 e 2015, e se comprometendo com a continuidade do PrevisIA, motivo que a trouxe ao evento de lançamento da plataforma. Em seguida, a palavra foi dada a Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon de quem a idealização e realização do projeto vieram. Vale lembrar que o Imazon, instituto de pesquisa sem fins lucrativos fundado há 30 anos em Belém, no Pará, é composto por cientistas brasileiros, tendo como missão promover a conservação e o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Há mais de uma década, a instituição realiza o trabalho de monitoramento e de divulgação de dados sobre o desmatamento e a degradação do bioma, com objetivo de orientar mudanças que busquem reduzir a destruição da floresta. O instituto já publicou mais de 700 estudos em revistas científicas internacionais e mais de 100 livros e guias disponibilizados gratuitamente em seu site.
PrevisIA e a Floresta Amazônica
Carlos começou pontuando como anda o desmatamento na Amazônia Legal, mostrando dados oficiais do INPE que abrangem várias décadas e mostram como as tendências de exploração vem aumentando após vários anos de baixa. Uma das coisas mais importantes que o pesquisador apontou é que a produção agropecuária não se beneficia diretamente do desmatamento, inclusive subindo de forma inversamente proporcional à diminuição da derrubada da floresta. Além disso, foi lembrado de que a crise hídrica tem relação direta com o impacto negativa na Floresta Amazônica, já que ela contribui para a formação e espalhamento de chuvas. E, nos dias atuais, temos uma área de 9.635 km2 que está sob risco de desmatamento, isso apenas neste ano. Os municípios localizados em áreas de risco alto ou até muito alto totalizam 191, além de 48 terras indígenas, 18 unidades de conservação, 2 territórios quilombolas e 789 assentamentos rurais. Todos esses dados são referentes a um possível futuro próximo, e foram gerados pela PrevisIA. A ferramenta foi desenvolvida ao longo de dois anos pelos pesquisadores do Imazon, incluindo o próprio Carlos Souza Jr., e ele compartilhou como o projeto foi idealizado e construído. A PrevisIA analisa uma série de dados, como topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas oficiais e não-oficiais e dados socioeconômicos para identificar as possíveis tendências de conversão da floresta pelo desmatamento. Os recursos de nuvem utilizados vêm de computadores do Microsoft Azure, utilizando o algoritmo de IA desenvolvido pelo Imazon para detectar estradas em imagens de satélite, aperfeiçoando o modelo de risco de desmatamento e, assim, conseguindo otimizar a identificação dos diferentes tipos de territórios ameaçados na Amazônia. O instituto mapeou todas as estradas, caminhos e ramais na Amazônia até 2020, tudo com inteligência artificial. Esse modelo de risco baseado em estradas, inclusive, foi publicado em revistas científicas — ele, especificamente, usa informações sobre a localização da ocorrência do corte raso no passado para gerar estimativas da probabilidade da destruição da floresta no próximo calendário de desmatamento, que vai de agosto até julho do ano seguinte. Isso constitui uma predição de desmatamento de curto prazo, ou seja, de até 12 meses, com uma eficiência que pode otimizar bastante o combate às práticas de desmatamento. As informações geradas, além de tudo, serão divulgadas publicamente em um painel de controle da iniciativa e poderão ser usadas por órgãos públicos para o planejamento e execução de ações preventivas, de combate e controle do desmatamento. Como maneira de garantir que os públicos com maior chance de serem beneficiados com essa solução tenham conhecimento sobre a disponibilidade da PrevisIA, o Imazon planeja um trabalho de engajamento com diferentes audiências para incentivar o uso da plataforma. Já é possível acessar o site da PrevisIA e conferir, por si mesmo, os dados apresentados, além de ler mais sobre o projeto, seu desenvolvimento e toda a metodologia envolvida.
O Microsoft Mais Brasil
Anunciado em outubro de 2020, o Microsoft Mais Brasil é um plano abrangente da empresa que visa contribuir para promover o crescimento do país, através de iniciativas relacionadas a oportunidades de emprego, infraestrutura e sustentabilidade. Uma das medidas foi uma expansão da oferta de nuvem pela Microsoft, e, em conjunto com o Ministério da Economia, procurou ajudar na busca por emprego de milhões de brasileiros ao oferecer treinamento digital gratuito com capacidade para treinar até 5,5 milhões de pessoas. Já estando no Brasil há 31, a Microsoft lançou a primeira região de datacenter em 2014, no estado de São Paulo. O ecossistema da da empresa só cresceu por aqui, chegando a ter 25 mil parceiros, fornecendo serviços de nuvem como parte da transformação digital das empresas. Como parte do Microsoft Mais Brasil, a companhia buscou expandir esses serviços de nuvem — respectivamente, Microsoft Azure, Microsoft 365 e Dynamics 365 e Power Platform — na nova região, aberta em 2020, denominada Brazil Southeast Region. Além disso, a empresa tem um compromisso global em se tornar carbono negativa até 2030, planejando fazer uma transição de 100% do fornecimento de energia dos datacenters para fontes renováveis até 2025. Na parceria com o Ministério da Economia o plano também envolve a chamada Escola do Trabalhador 4.0, que consiste numa plataforma de ensino remoto desenvolvida pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (SEPEC/ME) em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que abrange cursos da Microsoft por meio da ferramenta Microsoft Community Training. Disponível para todo o país, ela tem a capacidade de atender até 5.5 milhões de candidatos a emprego até 2023, também disponibilizando 58 instrutores para orientação personalizada para até 315 mil pessoas. A implementação da plataforma inclui a parceria com a ONG Softex, e oferece mais de 20 cursos de tecnologia de diferentes níveis. A PrevisIA faz parte do Microsoft mais Brasil, sendo parte do esforço para ajudar a proteger a floresta amazônica do desmatamento usando inteligência artificial. Quando do lançamento da iniciativa, a empresa fez o anúncio em evento virtual que contou com a presença de Marcos Pontes, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, além de Carlos da Costa, secretário especial de produtividade, emprego e competitividade do Ministério da Economia, Jean-Philippe Courtois, vice-presidente executivo e presidente de vendas, marketing e operações globais da Microsoft, e Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil. Continue bem-informado sobre como a tecnologia consegue ajuda na ciência e qualidade de vida lendo nossas matérias aqui no Showmetech! Fontes: Microsoft | PrevisIA