O que é Twitter Files?
O Twitter Files está despertando o interesse de internautas por tratar de assuntos que a rede social tentou de alguma forma manter longe de olhares públicos, como decisões tomadas pela empresa durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Pelo que se sabe até agora, alguns e-mails exclusivos que mostram discussões internas começaram a serem reconhecidos como parte desse caso. Esses “arquivos do Twitter” — uma tradução literal para “Twitter Files” –, publicados na plataforma mostram algumas decisões um tanto quanto tensas tomadas por alguns executivos do Twitter em relação à censura de uma história publicada pelo New York Post. A história do veículo continha informações obtidas de um notebook supostamente pertencente ao filho do atual presidente dos Estados Unidos, Hunter Biden. Apoiando o movimento causado pelo Twitter File, o novo CEO Elon Musk também twittou sobre isso dizendo: “O que realmente aconteceu com a supressão da história de Hunter Biden pelo Twitter será publicado no Twitter às 17h ET!”, no dia 2 de dezembro de 2022.
Exposição por Matt Taibbi
Enquanto alguns também especularam que o próprio Musk publicaria algumas informações desconhecidas sobre a chamada realidade da história de Hunter Biden, acabou que isso não aconteceu. As revelações, agora conhecidas como “Twitter Files Parte 1“, foram compartilhadas por um escritor do Substack chamado Matt Taibbi, como uma thread do Twitter, no próprio dia 2 de dezembro com quase 40 tweets falando sobre o caso. O Twitter Files Parte 1, divulgado por Taibbi, é uma série de e-mails na forma de capturas de tela que mostram discussões internas feitas para censurar a história de Hunter Biden na plataforma. A história, conforme relatada pelo New York Post, continha alegações sobre as atividades comerciais de Hunter Biden na Ucrânia. Algumas alegações até sugeriram que o filho do presidente dos Estados Unidos fez algumas pessoas conhecerem seu pai em certa ocasião, embora alguns pontos não pudessem ser esclarecidos. Embora as supostas capturas de tela de e-mails internos tenham surgido agora, naquela época o Twitter argumentou que censurou a história por violar sua política de “materiais hackeados”. De acordo com a thread de Taibbi, não há evidências de qualquer envolvimento do governo na história do notebooks confiscado. Na verdade o problema pode ter sido a decisão que foi tomada nos níveis mais altos da empresa, mas sem o conhecimento do CEO Jack Dorsey, com o ex-chefe jurídico, político e de confiança Vijaya Gadde, que inclusive tem um papel fundamental na história.
E por falar no ex-CEO…
O cofundador e ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, pediu a Elon Musk que divulgasse de forma deliberada as comunicações internas do Twitter sobre as decisões de moderação relacionadas a um relatório sobre o filho do presidente Joe Biden, uma vez que Taibbi já havia exposto muitas informações sobre o caso. Lembrando ainda que essa “Parte 1” do Twitter Files foi lançada depois que Musk compartilhou as comunicações internas do Twitter com Taibbi. Dorsey twittou para Elon Musk essa semana dizendo que se seu objetivo era estabelecer transparência e confiança, dizendo: “por que não liberar tudo sem filtro e deixar que as pessoas julguem por si mesmas?”. Jack Dorsey então pediu a Musk que tornasse “tudo público agora”, incluindo todas as discussões do Twitter sobre ações atuais e futuras em relação à moderação de conteúdo.
Demais desdobramentos
James Baker, vice-conselheiro geral do Twitter, foi expulso da empresa por causa do manuseio de informações, disse Elon Musk em um tweet nessa última terça-feira, 6 de dezembro. Musk diz: “À luz das preocupações sobre o possível papel de Baker na supressão de informações importantes para o diálogo público, ele foi retirado do Twitter hoje“, em tradução livre. Matt Taibbi ainda sugeriu, nessa mesma terça-feira, que a demissão de Baker porquê o executivo tentou lidar de alguma maneira com o Twitter Files Parte 1 sem o “conhecimento da nova administração”, aparentemente uma referência a Elon Musk. Tenso, não? Veja também: Twitter 2.0: as mudanças que Elon Musk quer para a rede. Fonte: Forbes, Bloomerang e Outlook India.